Se o Botafogo fosse campeão brasileiro, como todos imaginavam, em 2023, muito da conquista teria méritos do técnico Luis Castro. Porém, no meio da temporada, ele trocou o Alvinegro pelo Al Nassr-SAU e foi muito criticado. Principalmente pela torcida. E isso deixou mágoas no comandante.
Segundo Castro, ser cobrado é vaiado não é um problema, mas ele acredita que muitos botafoguenses já iam ao Estádio Nilton Santos com objetivo de xingá-lo.
“A torcida é muito emocional e adora o clube. A emoção e a forma como se expressa no estádio é muito natural. Esse comportamento nunca magoa. O que magoa é a premeditação de alguém ir a um estádio para ofender outra pessoa. Ter as bancadas cheias de gente que dirige palavras menos próprias ao treinador não ofende, mas a premeditação ofende e é imperdoável. Quem bate esquece, mas quem leva nunca esquece. Não saí por isso, mas sim pela oportunidade única que tive”, lamentou em entrevista ao diário português, ‘O Jogo’.
Castro ainda relembrou que sua chegada ao Botafogo, em março de 2022, foi muito complicada. Naquele momento, o Glorioso ainda não tinha uma boa estrutura, nem o gramado do Nilton Santos apresentava boas condições. Por fim, o Botafogo era recém-promovido à Série B do Brasileiro.
“Foi um percurso ondulante, como o Oceano Atlântico. Chegámos e não tínhamos nada. Não havia centro de treinos, campo para treinar e o estádio tinha más condições. Não havia um espaço para fazermos as refeições juntos. Não tinha quase nada. A equipe vinha da Série B e tinha de ser reconstruída, apesar de ter muitos jogadores e seres humanos bons. Tínhamos de refazer tudo. Encontramos também uma mentalidade muito fatalista. Após um jogo, ganhando ou perdendo, as pessoas pensavam que não iriam voltar a vencer”, contou.
Sem o treinador, o Botafogo acabou trocando outras três vezes de comandante e encerrou o Brasileiro apenas na 5ª colocação e sem vencer nos últimos 11 jogos.