O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, diz que a ressocialização da população carcerária em Minas é uma “obsessão” do governo de Romeu Zema (Novo). Em entrevista exclusiva exibida nesta segunda-feira (1°) no programa Itatiaia Agora, Greco afirmou que a ideia é ter uma “visão empresarial” em relação aos presos para inseri-los no mercado de trabalho.
“No dia em que o empresariado acordar para a mão de obra carcerária, só vai contratar o preso, porque ele só paga 3/4 do salário mínimo — e mais nada. Então, hoje temos dentro do sistema prisional uma série de empresas que já enxergaram isso”, apontou.
Segundo Greco, uma das ideias para garantir postos de trabalho aos encarcerados é firmar parcerias com empresas do gênero alimentício para que os presos preparem as refeições servidas aos habitantes das cadeias. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, há um presídio feminino com equipamentos para a produção de itens de padaria.
Assim, de acordo com Greco, será possível que, após a soltura, essas mulheres atuem em estabelecimentos como supermercados e restaurantes.
“Mais do que ajudar (na ressocialização), tenho que ter uma visão empresarial com o preso. Tenho que fazer com que esse cara se especialize, dentro do sistema prisional, com aquilo que ele vai trabalhar lá fora. Se não, vai perder o sentido, porque ele vai sair e voltar se não tiver qualificação. Se eu qualifico esse camarada lá dentro, ele tem enorme probabilidade de fazer, o que fazia dentro (em termos de atividade profissional), do lado de fora”, falou.
Déficit na PM
Durante a entrevista, Greco reconheceu a existência de déficit no efetivo da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
“Esse déficit sempre existiu — e sempre vai existir. A Polícia Militar é muito grande e a renovação é muito constante. Você tem uma tropa com em torno de 37 a 40 mil policiais, mas o estado tem 853 municípios. É um estado muito grande. E a Polícia Militar em todos os municípios, o que não acontece com as polícias Civil e Penal. Então, sempre vai existir esse déficit — e o comandante da Polícia Militar procura suprir anualmente esse déficit”, explicou.
Segundo ele, há concursos em andamento para ampliar o número de trabalhadores em forças como a Polícia Penal.
“O projeto de Minas Gerais é permanecer como o estado mais seguro da federação. Temos, aqui, a segurança pública agindo de forma integrada e unida”, garantiu.