Neste dia primeiro de fevereiro, em cumprimento ao regimento interno e a Lei Orgânica municipal, a Câmara Municipal de Matozinhos realizou a reunião solene de abertura dos trabalhos legislativos com a presença da chefe do executivo para apresentação do relatório das realizações do ano anterior. A prefeita Zélia Alves Pezzini (MDB) se retirou após a leitura do discurso por motivos de saúde, não presenciando o questionamento do não cumprimento do seu plano de governo que a levou a vitória em 2020.
De “festiva”, como previsto regimentalmente, a primeira sessão solene do último ano da 19ª legislatura da Câmara de Vereadores que durou cerca de uma hora e algumas ausências, não teve nada, mas, com uma forte tensão no ar. Isso porque houve muita especulação se a prefeita iria comparecer para a apresentação do seu discurso habitual, devido toda a pressão do último ano, como a tentativa de cassação do seu mandato e a CPI do Obras que revelou forte suspeita de desvios milionários da prefeitura, envolvendo nas oitivas até mesmo o ex-prefeito Antônio Divino que tentará novamente se eleger.
Ao término da sua fala na tribuna, Zélia Pezzini pediu licença para se retirar por não se sentir bem, estando recuperação da dengue: “Vim mesmo em respeito a esta casa, respeito todos vocês, ainda não estou bem, mas não deixei de trabalhar, respeito a cidade de Matozinhos”, disse.
Em seguida, alguns vereadores foram fazer uso da tribuna para pronunciamentos e a que mais chamou atenção foi a fala e cobrança do vereador Ítalo Borges (PSD). Primeiro o vereador elogiou a coragem da prefeita na casa, considerando todos os problemas com o legislativo e na cidade: “Isso mostra a mulher de fibra, de honra e de garra que ela é”, também agradecendo aos servidores da prefeitura que permaneceram no plenário.
Em seguida, Ítalo Borges apresentou o plano de governo da chapa Zélia e Vinícius que venceu a última eleição municipal (2020) para dizer que a maioria das propostas não foram cumpridas, fazendo a leitura de uma a uma e que acredita ser difícil cumprir devido as restrições do ano eleitoral e perguntou se dirigindo ao vice-prefeito presente ao plenário: “Qual credibilidade e resposta que a prefeitura dá para a população que tudo isso que não foi feito nos três anos será feito no último ano?”.
O vereador Ildeu Lopes (REP), líder do governo, pegou um gancho na apresentação do colega e perguntou ao procurador jurídico Carlos Godoi, tido como o 15º vereador (considerando que a câmara mantém um a mais devido ao afastamento da vereadora Marli Vale): “Desculpa a minha leiguice, estou fazendo essa pergunta porque não tenho conhecimento. Se o próximo prefeito quiser ele pode cumprir com tudo aquilo citado na tribuna?”. Em resumo, o procurador disse que “só podem se comprometer com aquilo que for possível e são promessas da atual gestão, não do próximo”.
A próxima sessão ordinária será realizada já na próxima terça-feira (06).
Da redação
