O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acredita que havia um “pacto” entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a Polícia do Distrito Federal e a Polícia do Exército durante os ataques a Brasília em 12 de dezembro de 2022, data de sua diplomação para o terceiro mandato à frente do Executivo federal. Naquele dia, veículos foram depredados e queimados e a sede da Polícia Federal sofreu tentativa de invasão.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, o petista disse que temeu possível tentativa de golpe em sua posse, em 1º de janeiro de 2023, especialmente após os episódios de dezembro. Uma semana depois, aconteceram os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes.
“Eu estava no hotel assistindo a eles queimando ônibus, carros e a polícia acompanhando sem fazer nada. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República, o governador de Brasília e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF. Isso havia, inclusive, com policiais federais participando. Ou seja, aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse”, disse o presidente.
“Não tinha visto o que eu vi aqui. Foi uma coisa inusitada, depois de uma eleição. Eu imaginava que eles tentassem fazer alguma coisa na posse. Acho que eles ficaram com medo porque havia muita gente”, completou.