A Justiça determinou nesta segunda-feira (17) o afastamento da vereadora Marli Vale (PSDB) das atividades da Câmara Municipal de Matozinhos pelo prazo de 90 dias prorrogável por igual período, ou até o final da instrução. A parlamentar é investigada por suposta prática de “rachadinha”, quando um servidor é obrigado a repassar parte do seu salário para o vereador que o indicou.
O afastamento atende o pedido de liminar da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Matozinhos do Ministério Público. Marli poderá recorrer em até 30 dias.
De acordo com o processo, a Promotoria de Justiça recebeu uma denúncia anônima pela Ouvidoria do Ministério Público no dia 30 de maio deste ano, alegando que a vereadora exigia de uma servidora indicada por ela o repasse no valor de cerca de 1 (um) salário mínimo para mantê-la no cargo e, não achando justo, a funcionária decidiu questionar a Procuradoria Jurídica da casa, passando para o presidente o caso que garantiu a servidora que não seria demitida a pedido da vereadora e que cessasse o repasse ilegal para a mesma.
Segundo as investigações, o valor era repassado para um familiar da parlamentar que em um breve momento decidiu não mais aceitar receber o valor em sua conta. A partir daí, a vereadora teria solicitado a mãe da servidora para fazer o pagamento direto da sua conta, no intuito de não causar suspeita. Todas as transações realizadas, entre fevereiro e maio deste ano, constam comprovantes nos autos do processo que estava em sigilo.
A justiça ainda bloqueou todas as contas da parlamentar e bens, a fim de ressarcimento dos valores pagos pela servidora e também para garantia de pagamento de multas solicitadas pelo MP que chegam a soma de quase R$ 430 mil, correspondente a causa do processo.
O outro lado
Em contato com a vereadora Marli Vale (PSDB), a mesma disse que irá se manifestar oficialmente em momento oportuno, depois da avaliação dos advogados do partido e que irá recorrer.
Da redação