Após a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovar possibilidade de condução coercitiva do empresário Rubens Lessa, ele depõe, nesta sexta-feira (28), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura denúncias contra concessionárias dos ônibus que circulam na capital. Lessa participa virtualmente da comissão, batizada de CPI dos Ônibus sem Qualidade.
O depoimento do empresário foi originalmente agendado para 21 de dezembro. Ele, no entanto, não compareceu. Ao explicar a ausência, Lessa disse ter tido imprevistos pessoais.
O empresário afirmou não saber que sua falta “causaria tanto transtornos”, fazendo referência indireta ao fato de que os vereadores aprovaram a possibilidade dele ser conduzido a Câmara mediante condução policial caso ele não comparecesse novamente.
Nos primeiros minutos da sessão, a defesa do empresário disse que Lessa tem, por lei, o direito de permanecer em silêncio quando for perguntado sobre questões pessoais que possam prejudicá-lo. Por lei, nenhuma pessoa é obrigada a gerar provas contra si em depoimentos.
Lessa é apontado como um dos principais operadores do consórcio de empresas de ônibus que operam o transporte público em Belo Horizonte. A CPI quer cobrar explicações sobre recorrentes problemas envolvendo empresas e as circunstâncias da entrada da empresa BH Leste no consórcio que opera o sistema de coletivos. O ingresso da firma aconteceu no início deste ano, mesmo sem autorização da prefeitura. O aval formal do poder público foi dado em outubro, quando os veículos da companhia já haviam circulado por seis meses.
O pedido de condução coercitiva de Lessa chegou a ser deferido pela Justiça.