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Amazônia se tornou polo logístico do tráfico de drogas internacional, diz especialista em segurança pública

Longe dos grandes centros urbanos, marcados pela violência cotidiana, a região amazônica se tornou o principal problema da segurança pública brasileira. A avaliação é do professor, sociólogo e especialista no assunto, Luís Flávio Sapori. Em entrevista à Itatiaia, o pesquisador diz que há mais de uma década já se sabe da influência do crime organizado na região, mas que estudos recentes tornaram público o tamanho do problema.

“Já havia indícios de que isso estava acontecendo desde a última década, mas estudos recentes, publicados agora, em 2023, mostraram, de maneira clara, com números e evidências de que a região amazônica e nas fronteiras com Peru, Bolívia e Colômbia, o tráfico de drogas tem tido uma preocupação muito especial”, afirma o professor.

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Segundo Sapori, a região se tornou um ponto crucial da logística do narcotráfico, servindo de entreposto para a cocaína produzida nos países vizinhos até a chegada da droga em portos e aeroportos das regiões Norte e Nordeste rumo à Europa e África. Por conta da localização, facções do narcotráfico surgidas no Rio de Janeiro e em São Paulo expandiram suas atividades para a região.

“O Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital estão disputando de maneira muito acirrada o domínio desses territórios, as principais cidades da Amazônia, vinculados às facções locais, que são mais de 20, segundo levantamento recente”, explica Sapori, que diz que esses grupos criminosos que atuam na região amazônica surgiram de dentro das prisões, mas estenderam seus domínios para fora dos muros.

“São elas que vendem a droga nas ruas dessas cidades, mas são polos importantes para fornecer o transporte da cocaína para que cheguem aos portos e aeroportos e seja contrabandeada no resto do mundo”, explica.

Ainda segundo o sociólogo Luís Flávio Sapori, professor da PUC Minas, a expansão do crime organizado na Amazônia é facilitada pela baixa presença e atuação do Estado na região.

“Historicamente, a atuação do poder público na Amazônia, seja o aparato policial, do Judiciário e das Forças Armadas, sempre foi fraca. Isso porque estamos falando de um território muito extenso, com uma fragmentação hidroviária muito grande, região de mata e com população dispersa no território”, avalia.

“Não é fácil você patrulhar as fronteiras da Amazônia, apesar de as Forças Armadas estarem lá há muito tempo. É uma região que, pelas suas características geográficas, favorece muito as atividades ilícitas, como o garimpo ilegal e a extração ilegal de madeira. Esses fenômenos foram crescendo nas últimas décadas. As agências públicas federais, como o Ibama, a PRF foram enfraquecidas nos últimos anos, e isso favoreceu não só o crescimento do desmatamento – que a gente acha que é o principal problema da Amazônia. mas não é”, completa Sapori.

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