Após oito anos de espera, o suspeito de agredir o então estudante de medicina Henrique Papini, em frente à boate Hangar 677, vai sentar no banco dos réus. A Justiça marcou para esta quinta-feira (27) julgamento de Rafael Batista Bicalho. A boate, já extinta, ficava no bairro Olhos D’Água, região Oeste de Belo Horizonte.
Henrique, que tinha 22 anos na época do crime, trabalha atualmente como anestesista em hospitais da Grande BH e mantém viva a luta por Justiça.
Em entrevista à Itatiaia no início do mês, Henrique conta que as agressões deixaram sequelas permanentes. “Hoje em dia, fisicamente, continuo convivendo com a surdez unilateral, com sequelas da paralisia facial e toda alteração consequente do traumatismo craniano, como alteração no labirinto, dificuldade de equilíbrio e alteração na fala”, detalha o médico.
O espancamento teria como motivação ciúmes, já que Henrique tinha iniciado um relacionamento com uma ex-namorada do acusado, hoje com 28 anos. Na saída da boate, Rafael e outras pessoas espancaram Papini.
“Foi tudo muito rápido. Lembro quando eu estava saindo da festa, escutei meu nome sendo gritado pelo Thiago Motta, que me reconheceu e avisou ao Rafael e aos outros amigos que estavam com ele que eu estava saindo. Ficou bem claro que eles estavam me esperando, foi quando me enquadraram, tentei correr, mas eles me alcançaram. O Thiago me deu um chute, me derrubou e, a partir disso, não lembro mais de muita coisa”, conta o médico. “Minha próxima recordação foi acordar no CTI”, completa.
Advogado da família Papini, Alexandre Miranda, explicou a situação jurídica dos demais envolvidos: “A juíza entendeu que dois desses indivíduos não teriam praticado nenhuma conduta que se amoldasse a um crime. Então, absolveu esses indivíduos por essa razão. Temos um terceiro, que é o Tiago Motta, que foi condenado por lesão corporal. E aí restou Rafael Bicalho, que foi sim pronunciado por entender a juíza que a conduta dele se amoldou à tentativa de homicídio”, explicou.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o escritório que defende Rafael Bicalho e aguarda retorno. O espaço segue aberto.