A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil durante o governo Bolsonaro e também candidato a vice-presidência na chapa derrotada nas eleições de 2022, classificou como “fantasiosa e absurda” a conclusão da Polícia Federal de que ele estaria envolvido em um plano para articular a morte então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
O planejamento, conforme revelado pela Polícia Federal na operação ‘Contragolpe’, realizada na última terça-feira (19), também inclui atentados contra a vida do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
De acordo com a investigação, Braga Netto teria discutido o plano em uma reunião realizada em sua residência em Brasília no dia 12 de novembro de 2022.
O general da reserva, além de constar na investigação sobre o planejamento do atentado, também foi citado no inquérito da Polícia Federal que apura a tentativa de golpe de Estado. Nesse caso, ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro figuram como indiciados por tentativa de golpe de estado, juntamente com outras 35 pessoas.
Em nota divulgada pela defesa, o general “repudia veementemente” as acusações e nega qualquer envolvimento em atos ilegais. “A criação de uma tese fantasiosa e absurda em parte da imprensa de que haveria um ‘golpe dentro do golpe’ é rechaçada veementemente”, afirma o comunicado.
O próprio Braga Netto utilizou sua conta na rede social X, antiga Twitter, para reforçar sua posição: “Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém”, escreveu.
Monitoramento e suspeitas
A Polícia Federal aponta Braga Netto como figura central no planejamento do golpe, segundo informações divulgadas no inquérito. A investigação revela que o ministro Alexandre de Moraes também estaria sendo monitorado desde novembro de 2022, período próximo à reunião supostamente realizada na casa do general.
A defesa do ex-ministro, no entanto, sustenta que o devido processo legal esclarecerá os fatos e a responsabilidade de cada envolvido. “A observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos e as responsabilidades de cada ente envolvido nos referidos inquéritos, por suas ações e omissões”, afirma a nota.
Por fim, a defesa questiona o contexto das acusações. “É vital levantar a questão: a quem interessa este tipo de ilação e suposição fora do contexto do inquérito legal, que ainda não foi disponibilizado oficialmente para as defesas dos interessados?”, conclui o comunicado.
O caso já foi remetido ao Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A decisão de seguir com a denúncia é da Procuradoria-geral da República.