Belo Horizonte, Beagá, Belzonte e muitos outros apelidos carinhosos já foram dados à capital dos mineiros, que comemora 127 anos nesta quinta-feira (12). Para comemorar, a Itatiaia conversou com diversos mineiros, turistas, artistas e pessoas que vivem na cidade, para relembrar sobre um dos presentes de BH: o Edifício Acaiaca, que há quase oito décadas se mantém vivo e ajuda a contar a história do belo horizonte.
No coração de Beagá, o prédio ilustra a quarta reportagem da série especial “BH Como eu Te Vejo”, na semana do 127° aniversário. O endereço é simples: avenida Afonso Pena, 867, uma referência para quem mora em Belzonte. Era o final da década de 1940, quando quase todos os prédios antigos que vemos hoje já estavam construídos.
Acaiaca sendo construído em 1943, um dos principais prédios da capital mineira.
Reprodução | Arquivo Acaiaca
Foram quatro anos de obra, com inauguração em 1947. São 120 metros de altura e 30 andares. O Edifício Acaiaca foi o primeiro arranha-céu da cidade, construído durante a Segunda Guerra Mundial. Testemunha viva de toda essa história, o atual síndico do edifício, Antônio Rocha, relembra quando trabalhou pela primeira vez no local.
“Trabalhei no Cine Acaiaca, marcando as pessoas que entravam no cinema. Eu morava no hotel e o diretor do cinema perguntou se eu queria ganhar alguns trocados, e eu então, aceitei. De 14h às 22h, eu marcava a entrada das pessoas no, Acaiaca”, começou contando.
Os símbolos que dão características únicas ao Acaiaca são as duas esculturas de rostos indígenas criadas pelo próprio arquiteto Luiz Pinto Coelho, que projetou o prédio cujo nome homenageia uma tribo indígena do Vale do Jequitinhonha, cidade do empreendedor, Redelvim Andrade, idealizador do Acaiaca.
“Eu já conheci o Acaiaca na década de 1940, quando a minha família veio para BH e fomos morar afastados. Não dava para morar aqui no Centro, isso aqui era um local bem privilegiado em Belo Horizonte. O Redelvim de Andrade passou no Centro e viu que aqui daria para fazer um prédio enorme, com muitas salas e até o cinema”, recorda.
Bunker, terraço e o elevador mais rápido de BH
Além do elevador mais rápido de Belzonte, as colunas internas, em forma de cogumelos, permitem que todas as paredes possam ser retiradas, assim virando um imenso salão. Foram cerca de 250 pessoas trabalhando na obra do Acaiaca. Mais que salas e lojas, os operários construíram também um abrigo antiaéreo no subsolo – um bunker – que em breve será reaberto ao público.
“O Acaiaca do futuro é um parque vertical de atrações. Vamos começar com o bunker, que será inaugurado com a sirene original da época. Inclusive, lá embaixo vai ter também uma pintura de uma grande artista mineira”, finalizou Antônio, que guarda segredo da autora da obra.
A efervescência cultural
Os anos passaram e o Acaiaca se transformou em um polo turístico-cultural da cidade. Sob o olhar de uma nova geração, os irmãos Keko Animal e JJBZ, que possuem uma sala no prédio, falam sobre o privilégio de estar no Acaiaca.
“Eu tatuo há sete anos e ter um ateliê próprio já mostrou, em seis meses, que a nossa carreira duplicou. Acho que tem isso também, de ser um lugar central. As pessoas que passam, por aqui sabem onde fica o Acaiaca. É muito fácil de chegar. Estar nesse ponto de encontro trabalhando é sensacional”, disse o tatuador e empresário Keko Animal.
Já o irmão de Keko, o artista gráfico e empresário JJBZ, disse que os símbolos do Acaiaca inspiram tatuagens e histórias em suas salas.
“Falando sobre a quantidade pessoas que a gente conhece e já tatuou os indígenas da nossa fachada e essa pegada histórica que tem o Acaiaca, isso atrai muito as pessoas, principalmente nessa renovação que a gente está vendo no Centro. Estar no Acaiaca e no alto do edifício é muito significativo, porque as pessoas querem estar conosco, ouvir um disco ou fazer uma tatuagem”, disse o JJBZ, artista gráfico e empresário.
O Acaiaca, e o turismo
O desenvolvimento da capital nesses 127 anos não tirou do Acaiaca uma das principais características do edifício, a vista privilegiada da Afonso Pena, da Igreja São José, do Parque Municipal e da Região Centro-Su. Essas belezas históricas podem ser contempladas do Terraço Acaiaca, aberto ao público e turistas de todo o Brasil. Para o presidente da CDL BH, Marcelo Souza e Silva, esses diferenciais do Acaiaca têm importância direta no comércio de Belo Horizonte.
“O Acaiaca é um dos edifícios que melhor resiste à passagem do tempo. A arquitetura se mantém imponente. A localização privilegiada é perfeita para os profissionais que precisam estar junto ao público, como consultórios e escritórios de direito. Além disso, o local está atualizado às demandas da população, que cada vez mais busca lugares acessíveis e diferenciados para se divertir. Nesse ponto, o Terraço do Acaiaca está cada vez mais forte e conhecido, oferecer happy hour e uma vista incrível da cidade”, disse ele.
Segundo Mario, turista do Amazonas, o interesse de visitar Belo Horizonte sempre existiu, principalmente pela fama boa dos mineiros.
“Vocês são muito gente fina. É incrível, é muito raro ninguém falar mal da própria cidade, gostarem tanto da própria cidade e serem tão gentis e solícitos. A gente está bem feliz”, contou o amazonense que visitava o, Acaiaca para conhecer o mirante.
Para visitar o Mirante Acaiaca, basta entrar em contato pelo telefone (31)98586-0616 ou pelo e-mail: miranteacaiaca@gmail.com. É possível acompanhar a programação pelos perfis no instagram @terracoacaiaca @edificioacaiaca.